Lembro quando criança, assistindo nosso lateral-direito Cafú levantar a taça de campeão do mundo para o Brasil, um grande momento de alegria. Mal sabia eu que por trás daquela imagem e daquele jogo havia muita coisa envolvida, principalmente sobre aquele que fez os nossos dois gols na final.

Existem muitas coisas em torno de um jogo, eu mesmo já questionei a necessidade de tanta coisa para 90 minutos de uma partida de futebol. Porém ao atleta aqueles 90 minutos podem representar um contrato melhor, uma oportunidade melhor ou o final de uma carreira.

Por falar em final de carreira, era isto que se questionava em 2002 sobre o homem que fez os dois gols naquela final da copa do mundo. O questionamento após a lesão de Ronaldo Fenômeno não era a respeito do período em que iria demorar para jogar em alto nível, a discussão era se ele iria poder voltar a jogar futebol.

Você já parou para pensar nisso? Eu acho muito maluco!

Não apenas voltou como marcou uma época. E para nós, fisioterapeutas, marcou um ponto de inflexão, pois existe uma fisioterapia pré e pós-Ronaldo Fenômeno. O mesmo já deixou claro em várias entrevistas a importância da profissão em sua carreira e até mesmo em sua vida.

Há 20 anos atrás, com o penta e a importância de Ronaldo na conquista, o profissional que o fez retornar a jogar foi o primeiro “popstar” da fisioterapia esportiva. Apesar do mesmo não gostar dos holofotes, seu reconhecimento foi necessário e contribuiu para que os profissionais que viessem em sequência pudessem ser melhores vistos. Obrigado por isto, Nilton “Filé”!

Agora, passados 20 anos, em um contexto diferente, poderia novamente a fisioterapia esportiva passar por um novo ponto de inflexão e se firmar ainda mais? É notório o crescimento e valorização da área e da profissão nos últimos 20 anos, pode ser que daqui 20 anos cresça ainda mais devido ao protagonismo vivido nos últimos dias, entre os jogos de Sérvia e Coréia do Sul na copa do Qatar.

Sabe qual o período médio de tratamento para uma lesão como de Neymar? Em torno de seis semanas. Sabe quanto tempo ele voltou a jogar em alto nível? 11 dias. Isto é Fisioterapia Esportiva!

É claro que o atleta deve ter sentido dor, seu tornozelo deve ter ficado com edema e outros sintomas inflamatórios… Mas o esporte é isto, eleva o atleta ao mais alto nível de exigência para performar, não diferente com os staffs que são altamente competentes.

Torço muito para que em 20 anos seja possível olhar para trás e perceber que este momento seja mais um de inflexão para nossa profissão. Não só como profissional, mas também como torcedor, torço para que Neymar seja em 2022 o que Ronaldo foi em 2002.

Perdoem-me sair um pouco do tema hoje, mas o momento atual pediu.

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