Se você acompanha – ou é praticante – de algum esporte que envolve atividades de sprint e mudanças de direção, provavelmente conhece alguém que já teve uma lesão na porte posterior de coxa (nos músculos isquiostibiais). Isso, se este alguém não é você…

*Apenas para deixar claro o que é um sprint, pois talvez você esteja se perguntando… Considera-se um sprint quando ocorre uma corrida em alta velocidade. Corridas que atingem a velocidade maior que 25km/h.

Falo isto porque boa parte das lesões de isquiostibiais acontecem nesses movimentos, sendo o sprint um relato comum de mecanismo de lesão, responsável por até 2/3 das lesões de isquiostibiais (IQ).

Acontece que não só o fortalecimento é um fator que contribui para a prevenção de lesões. É necessário também um bom condicionamento e gestual técnico de movimento.

Exemplo de exercício coordenativo para coordenativo no Futebol. Imagem de: https://pro.statsports.com/does-resisted-sprint-training-increase-max-speed/

Quanto mais condicionado for o sujeito, melhor ele manterá o gestual técnico ao longo de todo o treino ou competição. Além disso, seu músculo estará em melhores condições para praticar suas ações.

Sobre ação muscular, os IQ são responsáveis por dois movimentos (por ser um músculo biarticular), dentre eles a flexão de joelho e extensão de quadril. Perceba que estes dois movimentos associados são exigidos na marcha. Se este grupo muscular é exigido na marcha, imagine ao correr e ao realizar uma corrida em alta velocidade, como um sprint.

Seu grau de exigência aumenta muito e por isso algumas lesões ocorrem neste movimento. Porém por vezes, especialmente em momentos de fadiga, onde o gestual de sprint já não mantem qualidade boa de movimento.

A queda do gestual técnico traz consigo um maior desgaste e maior tendência à lesão. Por isso, esportes como futebol e futsal precisam de implementação de movimentos gestuais de sprint para que este movimento seja transferido para o campo e quadra, respectivamente.

Dentro de uma periodização de treinamento este tipo de movimento costuma estar dentro dos trabalhos associados ao treino de força e potência. Afinal de contas, se você trabalha com esportes que envolvem tal ação, você precisa ser específico para àquela ação.

Para maximizar a especificidade, é interessante que o trabalho técnico de sprints sejam trabalhados em sessões de treinos de força com transferência para corrida. Desta forma, a combinação dos treinamentos pode ser potencializada.

REFERÊNCIAS

EDOUARD, Pascal et al. Sprinting: a key piece of the hamstring injury risk management puzzle. British Journal of Sports Medicine, 2022.

EKSTRAND, Jan; HÄGGLUND, Martin; WALDÉN, Markus. Injury incidence and injury patterns in professional football: the UEFA injury study. British journal of sports medicine, v. 45, n. 7, p. 553-558, 2011.

SHIELD, Anthony J.; BOURNE, Matthew N. Hamstring injury prevention practices in elite sport: evidence for eccentric strength vs. lumbo-pelvic training. Sports medicine, v. 48, n. 3, p. 513-524, 2018.

SMALL, Katie et al. Soccer fatigue, sprinting and hamstring injury risk. International journal of sports medicine, v. 30, n. 08, p. 573-578, 2009.

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